Como fazer mudas – Mandioquinha-salsa
Nome científico: Arracacia xanthorrhiza.
Nome popular: Mandioquinha-salsa, Mandioquinha, Mandioquinha baroa, Baroa,
Batata salsa, batata-fiuza, batata-aipo, batata-jujuba e cenoura-amarela.
Origem: Nas terras da cordilheira dos Andes, (Pertencentes à Venezuela, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia).
Características gerais:
– A introdução da hortaliça no Brasil ocorreu em meados de 1907, sendo cultivada inicialmente, na região serrana do Rio de Janeiro, com mudas procedentes da Colômbia, em seguida, a cultivar se espalhou pelos estados do Centro-Sul do Brasil, (Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná). Onde o clima ameno e a altitude elevada, destacam-se como os requisitos principais para que a planta se desenvolva plenamente.
– A mandioquinha-salsa é uma planta perene, pertencente à família Apiaceae, a mesma da cenoura, do funcho, do cominho, da salsa, do anis, do coentro, do aipo, entre outras.
Clima:
– A Planta tem preferência pelo clima subtropical, onde a temperatura média anual oscila entre 15 ºC e 18 ºC. Porém, a planta já foi cultivada em regiões brasileiras, cuja média da temperatura anual, ultrapassa os 20 ºC.
Altitude:
– A hortaliça deverá ser cultivada em regiões com altitude superior a 800 metros. Entretanto, já foi cultivada em baixadas litorâneas de Santa Catarina e, no Planalto Central, do Distrito Federal em Goiás.
Solo:
– O solo deverá ser rico em material orgânico, de textura média, profundo e bem drenado.
Preparação do solo:
– O Solo destinado a essa cultura deverá ser preparado com uma demão de grade aradora, em seguida destorroar com uma ou duas demãos de grade niveladora.
– Levantar as leiras a uma altura de 15 a 20 cm, utilizando o mesmo processo da curva de nível, para contenção das águas pluviais ou, das irrigações.
– Com aproximadamente 2 meses de antecedência, fazer a análise do solo para verificar a necessidade de correção da acidez do solo que deverá ficar com o pH entre 5,5 a 6,5.
– Essa análise além de determinar a quantidade de calcário a ser aplicado, irá também determinar a falta de outros nutrientes essenciais, (NPK), para o desenvolvimento satisfatório da planta.
Plantio:
– Tradicionalmente, o cultivo de mandioquinha-salsa é realizado pelo plantio de propágulos (filhotes ou perfilhos) diretamente no local definitivo, após seu destaque das plantas de cultivo, recém-colhidos.
– Porém observam-se em plantações extensivas, diversos problemas relativos a não uniformidade no desenvolvimento da lavoura, que comprometem a rentabilidade da atividade na época da colheita.
Recomendações para a produção de mudas:
– O primeiro passo para a produção de mudas de qualidade é a seleção de plantas matrizes vigorosas e saudáveis.
– Selecionadas essas plantas, elas devem receber manejo específico com maior disposição de composto orgânico e irrigação mais intensa, de modo a não entrar em processo de dormência vegetativa.
Para a preparação das mudas, deverão ser observados os seguintes passos:
– Individualizar os propágulos das coroas das plantas. (propágulos são estruturas constituídas basicamente por células meristemáticas que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta, geneticamente idêntica à planta de origem (clones)).
– Lavar os propágulos com água corrente.
– Tratar os propágulos com solução de água sanitária diluída a 5% por imersão durante 10 minutos.
– Enxaguar os propágulos com água corrente para retirada do excesso de cloro.
– Deixar os propágulos secarem em local sombreado;
– Fazer o corte com ferramenta afiada (estilete), deixando cerca de 2 cm de estrutura de reserva e entre 2 e 3cm de pecíolo.
Pré-brotação das mudas de mandioquinha-salsa em água:
– Mesmo quando são utilizadas mudas de plantas matrizes selecionadas, bem como o manejo adequado para a produção de mudas, é comum a não uniformidade no desenvolvimento das plantas.
– Esse problema de desigualdade das mudas, seja na sua emergência, no seu crescimento ou, na colheita, é resultado da diferença de idade, é consequência direta do vigor dos propágulos quando da sua formação nas coroas das plantas matrizes.
-Para minimizar esse problema, sugere-se a pré-brotação de mudas, em recipientes com água, que provoca um estresse que estimula a brotação dos propágulos com mais uniformidade.
Pré-brotação de mudas em recipientes com água:
– O ideal é a utilização de recipientes plásticos, circulares e pequenos, com capacidade média de 200 ml (exemplo: potes de manteiga de 200g). Os quais deverão receber dois orifícios na parte lateral a uma altura de 2 cm do fundo, para que funcionem como “ladrão” para o escoamento do excesso de água quando forem feitas as irrigações.
– Deverá ser mantida uma lâmina de água no máximo de 2 cm nesse recipiente.
– As mudas deverão ser dispostas densamente nesses recipientes em quantidade suficiente para que não tombem.
– Somente depois de colocadas nos recipientes é que se procedem as regas das mudas.
– As regas, deverão ser feitas sempre que necessário, geralmente, a cada dois dias.
– Os recipientes com as mudas deverão ser colocadas em locais sombreados, Tipo viveiro de vegetação para plantas.
Essa técnica apresenta as seguintes vantagens:
– Maximização do índice de pegamento das mudas.
– Redução custos com manuseio e tratos culturais.
– Possibilidade de seleção das mudas uniformizadas.
– No plantio definitivo, elimina a ocorrência de florescimento precoce.
– Padronização da emergência, do crescimento e da colheita.
– Permite o plantio o ano inteiro para escalonamento da produção, em regiões de clima ameno.
Transplante das mudas de mandioquinha-salsa:
– O transplante das mudas, para o local definitivo, deverá ser feito em leiras de plantio e, terá que ser feito quando as mudas estiverem bem brotadas e, já iniciando o processo de enraizamento. (Isso ocorrerá num período entre 10 a 20 dias)
Nota:
– Não deverá esperar, em hipótese alguma, muito tempo, após a brotação e início da emissão de raízes, pois poderá ocorrer esgotamento da reserva energética das mudas.
– Portanto, a área de plantio deverá ser previamente preparada.
-As regas deverão iniciar imediatamente, logo após o transplante das mudas, de forma que o solo se mantenha ligeiramente umedecido sem provocar alagamentos.
Espaçamentos:
– Para o plantio definitivo, recomenda-se a distância de 70 a 80 cm entre as leiras e de 30 a 40 cm entre plantas.
Colheita:
– A colheita geralmente, inicia-se oito meses após o plantio e, poderá se prolongar por dois a quatro meses.
– A colheita deverá ser feita quando as folhas começarem a amarelar, ou até no máximo um mês depois. Após este período as raízes tendem a ficar fibrosas.
– Após a colheita as raízes deverão ser lavadas em água corrente,
Tratos culturais:
– Livrar a plantação das ervas daninhas competidoras.
– Em plantações extensivas, deverá seguir rigorosamente as orientações fitossanitárias de um engenheiro agrônomo.
– Muitas vezes sem um devido controle fitossanitário eficaz, percebe-se a degeneração da plantação a cada ciclo de cultivo, motivado pelo acúmulo de doenças que atacam a lavoura.