Como fazer mudas de Macaúba – Acrocomia aculeata
Nome científico: Acrocomia aculeata.
Nome popular: Macaúba, Macaúva, Bocaiuva, Macaíba, etc.
Família: Arecaceae.
Origem: América do Sul, Brasil.
Características gerais:
– Trata-se de uma espécie de palmeira rústica, facilmente encontrada vegetando em regiões semiárida dos cerrados Brasileiros.
– Planta de ciclo de vida perene, revestida de espinhos longos e pontiagudos no tronco e nas folhas.
Nota:
– Os espinhos, geralmente, servem como defesa própria pois, afugenta animais predadores.
– A macaúba poderá atingir mais de 10 metros de altura.
Flores:
– Trata-se de uma planta muito produtiva. Produz flores e frutos o ano inteiro, com pico de produção na primavera.
– As flores de tamanho relativamente pequeno, apresentam-se na coloração amarelada, agrupadas em inflorescências tipo espiga, formando grandes cachos que podem chegar a 1,0 metro de comprimento.
– As flores masculinas e femininas surgem na mesma inflorescência sendo que, as masculinas, em via normal, estão dispostas mais às pontas das espigas enquanto que, as femininas mais perto do eixo central do cacho.
– As flores atraem um grande número de abelhas e outros insetos, os quais, acabam facilitando e ajudando no processo de polinização e fecundação dos frutos.
Frutos:
– Os frutos geralmente de formato arredondado, são comestíveis, tanto a poupa externa, como a amêndoa.
Clima:
– Trata-se de uma planta totalmente adaptada ao clima quente: Equatorial, Tropical e Subtropical e deverá ser cultivada a céu aberto e, em pleno sol, pois, requer alta luminosidade para o seu desenvolvimento.
Solo:
– Trata-se de uma planta totalmente rústica, sem grandes exigências quanto ao tipo de solo, mas, para que ela atinja sua plenitude, o solo deverá ser fértil.
Propagação:
– A multiplicação da planta é feita através do fruto, (coco).
– Na natureza, as mudas, geralmente, nascem ao redor da planta matriz, mas, a sua dispersão natural, é feita por animais e pássaros que se alimentam da poupa, levemente saborosa e adocicada, do fruto.
– Para propagação em escala doméstica, na maioria dos casos, utiliza-se as mudas que nasceram junto a planta matriz, repicando-as diretamente em locais definitivos, normalmente, no início da estação chuvosa, (Primavera).
Caso queira produzir mudas em escala doméstica:
– Poderão ser utilizados canteiros tipo sementeiras, dispostos em local semi-sombreado com boa luminosidade.
– O solo deverá ser arenoso com incremento de algum tipo de material orgânico.
– Não há necessidade de despolpar os frutos, que deverão ficar soterrados, em média, a 2,0 cm abaixo do solo.
– O solo deverá ser mantido com umidade regular, constante.
– Normalmente, a taxa de germinação é baixa e a emergência é longa, demandando em torno de 1,0 ano.
– Geralmente, quando a plântula emitir a segunda folha, já poderá ser repicada para balainhos, feitos com sacos de polietileno.
– Normalmente, quando a muda atingir 50,0 cm de altura já poderá ser levada a campo.
– Aconselha-se levar as mudas para seus locais definitivos, no início da estação chuvosa.
Dormência vegetativa das sementes de macaúba.
Para quebrar a dormência das sementes da macaúba e conseguir a aceleração da emergência das plântulas aconselha-se:
– Coletar os frutos (cocos), recém caídos da planta matriz.
– Deixar os frutos secando por duas semanas, à sombra em local arejado.
– Em seguida: quebrar os cocos com auxílio de um martelo, para liberar as amêndoas do seu interior.
– Fazer a esterilização das amêndoas com uma solução de hipoclorito de sódio a 5% v/v por cinco minutos. ([%(V/V] é igual à fração volumétrica multiplicada por 100%).
– Lavar as amêndoas em água corrente, no mínimo, três vezes.
– Em seguida, as amêndoas deverão ficar embebidas em água, na temperatura ambiente, por 24 horas, para hidratação.
– Na sequência, depois das amêndoas hidratadas, com o auxílio de uma lâmina e um estereomicroscópio (lupa), é hora de fazer uma escarificação do tegumento opercular das sementes, (região da amêndoa onde ocorrerá a germinação).
– Tal procedimento deverá ser realizado com total prudência para não ferir o embrião, que se encontra logo abaixo do tegumento opercular, nessa região da amêndoa.
– Em seguida, as sementes deverão ser submersas por 24 horas em solução contendo 1000 miligrama de ácido giberélico (GA3) por litro de água.
– Finalmente, as sementes estarão prontas para serem plantadas em bandejas, contendo vermiculita esterilizada, mantidas em câmara de geminação com 95 ± 5% de umidade relativa e temperatura de 30 ± 2 °C constantes.
– Nestas condições, a taxa média de germinação obtida com esse processo é de 60% em até 3 meses.
– Neste período, aconselha-se verificar periodicamente as bandejas, para detectar a ocorrência de contaminação, eliminando as sementes contaminadas.
Covas:
– As covas para repique das mudas em local definitivo, deverá ter no mínimo, o dobro do tamanho do torrão, (no caso dos balainhos)
– Se, o solo for de boa qualidade, não haverá necessidade de incremento de composto orgânico.
– Se, o solo for arenoso, poderá ser enriquecido com composto orgânico bem curtido, misturado ao solo removido da cova, na hora do transplante da muda.
Frutificação:
– O início da frutificação se dará, em média, quando a planta completar 4 anos de idade.
A planta alimenta a fauna silvestre:
– Frutos direto no cacho, atraem aves, como psitacídeos: Araras, Papagaios, Periquitos, etc.
– Frutos caídos no solo, atraem mamíferos, como: Pacas, Cutias, Antas, Tatus e, tantos outros roedores.
Regas:
– Trata-se de uma planta totalmente rústica que tolera períodos de estiagens médias. Porém para o seu cultivo, aconselha-se manter o solo ligeiramente úmido, principalmente quando tratar-se de plantas em formação.
Nota:
– Para manuseio da planta deverá ter o cuidado de utilizar luvas, para evitar os espinhos.
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