Como fazer mudas de Tarumã – Vitex montevidensis
Nome cientifico: Vitex montevidensis.
Nome popular: Tarumã, Azeitona do mato, Copiúba, Grataúba, etc.
Família: Verbenaceae.
Origem: América do Sul, (Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina).
Características gerais:
– Trata-se de uma árvore frutífera rústica, de médio a grande porte.
– No meio da mata pode atingir mais de 10 metros de altura. Mas, quando plantada isolada, poderá ultrapassar os 15 metros.
– No Brasil o Tarumã ocorre de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, especialmente em florestas estacionais e nas florestas com araucárias, predominantemente nas matas ciliares, e orlas de rios.
– O tarumã apresenta sua copa em forma de uma grande taça com as bordas arredondadas.
Florescimento:
– As flores são melíferas na coloração branca-rosada, e/ou branco-pálido. – Geralmente, o período de floração ocorre de meados de novembro até meados de fevereiro.
– As flores são hermafroditas, e nascem em inflorescências.
Frutificação:
– Os frutos, de sabor adocicado são comestíveis e, apresentam-se em forma de bagas arredondadas, na coloração marrom-escuro, tendendo a negro quando maduros,
– Os frutos também alimenta a fauna silvestre, são largamente apreciados por macacos, quatis, bem como a avifauna em geral, principalmente pelos psitacídeos.
– Os ribeirinhos utilizam o fruto em suas pescarias como iscas. Dizem que atraem pacus, piraputangas, etc. Ou seja: peixes cuja alimentação é parcialmente frutívora.
– Os frutos maduros ocorrem de janeiro a abril.
Sementes:
– Cada fruto contém uma única semente em seu interior.
– As sementes são cilíndricas e com casca dura. (Conservam o poder germinativo por mais de 1 ano).
Propagação:
– A multiplicação da planta na natureza é feita através de sementes, mas, poderá ser feita também por estaquia.
Propagação por sementes:
– A propagação natural da planta é feita pelos animais que se alimentam de seus frutos.
– A coleta das sementes deverá ser feita diretamente na árvore, quando iniciarem a queda espontânea dos frutos e/ou recolhidos no chão embaixo da planta.
– Os frutos deverão ser despolpados manualmente, utilizando uma peneira sob água corrente.
– As sementes deverão passar por um processo de secagem, por um ou dois dias, em local ventilado e sombreado.
– Logo em seguida, as sementes poderão ser plantadas em canteiros para posterior repique em sacos plásticos, quando a plântula atingir, por volta de, 10 cm de altura.
– A semeadura também poderá ser feita diretamente nos sacos plásticos, tubetes, etc. utilizando duas sementes por recipiente. Tais recipientes deverão ficar dispostos em ambiente semi-sombreado.
– O substrato dos sacos plásticos deverá ser uma mistura totalmente homogeneizada de terra fértil com esterco orgânico bem curtido e/ou uma mistura de 40 % de terra de barranco, 40% de esterco orgânico bem curtido, 20 % de areia de rio.
– A regas deverão ser efetuadas para manter o substrato levemente umedecido.
– A emergência das sementes irá depender das condições climáticas, mas, geralmente ocorrerá dentro de 80 dias.
– A taxa de germinação fica por volta dos 80 %.
– As mudas apresenta desenvolvimento médio e dentro de 8 meses poderá atingir 0,5 metros de altura.
– Por volta dos 10 meses as mudas já poderão ser levadas a campo.
– Aconselha-se antes de transplantar as mudas em seus locais definitivos fazer aclimatação gradativa ao sol por duas semanas.
– Aconselha-se também que esse transplante definitivo coincida com dias nublados e/ou estação chuvosa do ano.
– Início da produção de frutos pelo método de propagação por sementes iniciará a partir de 5 anos da muda plantada em seu local definitivo.
Propagação por estaquia:
– Outro método de propagação da planta (denominado: Multiplicação vegetativa) feito por estaquia, utilizando estacas de galhos da planta e/ou estacas de suas raízes.
– Essas estacas deverão ser tratadas com hormônio enraizador, em seguida, plantadas individualmente em sacos de plástico, dispostos em local semi-sombreado.
– E quando as estacas apresentarem brotação vigorosa, com o sistema radicular totalmente desenvolvido, poderão ser levadas a campo.
– Neste caso, o início da frutificação acontecerá a partir de 2 anos.
Clima:
– Planta adaptada ao clima bastante variado: Equatorial, Tropical, Subtropical, Temperado, tolerando temperaturas mínimas de até – 3°C no inverno e máximas de até 44°C no verão.
– Planta adaptada a índices pluviométricos oscilando entre 800 a 2.200 mm anuais.
– A planta poderá ser cultivada a sol pleno e/ou à meia sombra.
Plantio em locais definitivos:
– O plantio definitivo poderá ser em matas ciliares e/ou áreas abertas.
Solo:
– Trata-se de uma árvore de grande rusticidade, que se adapta com facilidade a vários tipos de solos: solos ácidos, solo vermelho, solo arenoso, desde que esses, sejam profundos e drenáveis.
– No entanto, para que se desenvolva com todo o seu potencial, deverá ser cultivada em solos férteis, profundos, drenáveis com pH girando em torno de 5,0 a 5,5.
Espaçamentos:
– Se, o propósito for formação de bosques com árvores de grande porte, a pleno sol, o espaçamento recomendado poderá ser de 3 x 3 m, entre plantas e entre linhas.
– Se, o propósito for formação de pomares domésticos e/ou reflorestamento, o espaçamento recomendado o poderá ser de 6 x 6 m, entre plantas e entre linhas.
Covas:
– Abrir covas de 40 x 40 x 40 cm.
– Adicionar ao solo removido da cova 20 litros de esterco animal bem curtido, 0,5 kg de calcário dolomítico.
– Homogeneizar totalmente os materiais adicionado ao solo removido, antes do composto voltar para dentro da cova.
– Regar abundantemente a cova para que os materiais adicionados se incorporem totalmente ao solo.
– Esse procedimento deverá ser feito, em média, 30 dias antes do recebimento da muda.
– A melhor época de plantio das mudas em seus locais definitivos é o início da estação chuvosa do ano.
Tratos culturais:
– Capinas de coroamento para evitar plantas concorrentes.
– Trata-se de uma árvore de grande rusticidade e não requer maiores cuidados.
– Caso necessário, fazer podas para formação da planta.
– Caso necessário, a planta poderá ser adubada com composto orgânico bem curtido, em média, 10 kg por planta adicionando também 30 gramas de adubo químico formulação NPK 10:10:10, dobrando a quantidade a cada ano, até o terceiro ano da planta. Isso irá colaborar para acelerar o seu período de frutificação,
Observações finais:
– Tarumã, nome de origem indígena (Tribo Tupi-guarani), e significa: Fruta escura de fazer vinho. Tudo indica que as tribos indígenas utilizavam o fruto do Tarumã, para preparar algum tipo de bebida fermentada.
– Por trata-se de uma planta com grande rusticidade e indiferente às características do solo, poderá ser utilizada com grande vantagem para reflorestamento em áreas degradadas.
– Por trata-se de uma frutífera, cujos frutos são adocicados e saborosos, com grande aceitação para a fauna silvestre, ao mesmo tempo em que se alimentam, fazem a dispersão natural de suas sementes na mata.