Como fazer mudas de Neem Indiano – Nim Indiano
Nome científico: Azadirachta Índica.
Nome popular: Nim, Amargosa.
Origem: Índia
Características gerais:
– Trata-se de uma árvore de grande porte, que pode chegar a mais de 30 metros de altura e 2,5 metros de circunferência do tronco.
– Pertence à família Meliaceae, a qual inclui o Mogno e o Cedro, porém, a única no seu gênero botânico.
– A planta é nativa na Índia e apresenta grande resistência à seca e, não tolera solos encharcados, mesmo que temporariamente.
– Além de abastecer a indústria madeireira, a planta é largamente difundida pelas suas propriedades medicinais e terapêuticas encontradas nas sementes, folhas e cascas.
Propagação:
– A planta propaga-se por sementes.
– As sementes deverão ser obtidas de árvores vigorosas desde que apresentam produção satisfatória.
– Por se tratar de sementes recalcitrantes, a semeadura terá que ser feita logo após a colheita. (Sementes recalcitrantes são aquelas que não podem ser conservadas, pois, não sobrevivem à perda de água, durante a secagem e/ou congelamento).
– As sementes não necessitam de tratamento especial para germinação, basta a remoção da polpa do fruto.
Viveiro:
– É essencial a escolha da área para o viveiro, na formação das mudas.
– Esse local deverá ter solo de boa qualidade e, totalmente drenável, circulação de ar eficiente, disponibilidade de água para as regas.
Semeadura:
– A semeadura poderá ser realizada diretamente em sacos plásticos de polietileno, de tamanho médio, ou tubetes plásticos 290 cm³.
– As regas deverão ser diárias para manter o substrato levemente umedecido.
– A germinação das sementes ocorrerá entre 10 a 30 dias, dependendo do clima regional.
Substrato:
– O substrato deverá ser de boa qualidade.
– Misturar solo de textura média com material orgânico bem curtido, na proporção de 3:1.
Plantio definitivo:
– As mudas após atingirem uma altura média de 25 cm, já poderão ser repicadas em seus locais definitivos.
– Geralmente, o período de permanência da planta, dentro do viveiro, para chegar aos 25 cm de altura, tende a variar entre 50 a 100 dias.
– As mudas selecionadas para serem levadas a campo, antes de serem repicadas, recomenda-se fazer aclimatação à luz solar, por um período de 20 dias, reduzindo inclusive, a oferta de água, preparando a planta para enfrentar possíveis temporadas difíceis, ou seja: estresse hídrico e/ou, nutricional pós-plantio. Esse processo é denominado: rustificação.
– O processo de aclimatação reduz a mortalidade das mudas recém-transplantadas.
– A melhor época para a repicagem definitiva é o início do período chuvoso anual.
Nota:
– O início da floração e frutificação, ocorrerá, em média, a partir dos dois anos.
– A produção é crescente e a planta chegará ao seu pico, em média, aos 10 anos de idade.
– Geralmente, ocorrerá 2 frutificações anuais.
– Normalmente, os frutos maduros, adquirem tonalidade levemente amarelada.
– A colheita dos frutos ocorrerá, em média, 75 dias após a abertura das flores.
Solo para plantação definitiva:
– O solo deverá ser de textura leve, boa qualidade, profundo e permanentemente drenável.
– Solos com pH entre 5 e 7, são os mais adequados.
– O solo do terreno para plantação definitiva deverá ser arado e gradeado.
– É recomendável que o relevo seja plano ou, levemente ondulado..
– Deverão ser evitados solos com textura muito argilosa, compactados e/ou, relevos baixios que apresentam tendências ao acúmulo de água.
Nota:
– É importante fazer análise do solo, cujos resultados orientarão as necessidades de calagem e de aplicação de fertilizantes. Trata-se de uma planta exigente em nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca).
Clima:
– Trata-se de uma planta adaptada a altas temperaturas, para ser cultivada a pleno sol, em regiões de climas tropicais subúmidas e semiáridas.
– A temperatura média anual deverá ficar acima dos 20ºC.
– A planta é muito sensível ao frio.
– Trata-se de uma planta que se adaptou a várias regiões com precipitação pluviométrica diferentes, que varia entre 600 a 1400 mm/ano.
Tratos culturais
– Podas para formação da planta, como a decepa apical (corte no tronco principal a dois ou três metros do solo).
– A poda apical favorecerá a produção de frutos em detrimento da formação de madeira. – Aconselha-se fazer a poda dentro do segundo ou terceiro ano de vida da planta.
– A eficácia da produção de frutos, dependerá dos espaçamentos amplos entre plantas.
– Será necessário fazer um controle intensificado contra as formigas cortadeiras, com formicidas granuladas.
– Controle das plantas invasoras com capina regulares ou, herbicidas.
Espaçamento:
– O espaçamento recomendado para a plantação em forma de bosque é de 4 a 6 metros entre plantas e 6 a 8 metros entre linhas. Deve-se manter sempre um mínimo de 40 m² por planta. (em média, 250 árvores por hectare).
Considerações finais:
– Dessa árvore se aproveita tudo: Madeira, folhas, frutos e cascas.
– E todo esse material será utilizado em áreas relacionadas à cosmética, medicina veterinária e humana, higiene pessoal e agricultura.
– Das sementes extrai-se um óleo com elevado teor de azadiractina, utilizado como matéria-prima na fabricação de inseticidas, fungicidas e produtos veterinários, bem como xampus, sabonetes e pastas de dentes, etc.
Muito boa a explicação, então no sul do Brasil essa árvore não obtém sucesso?
Como e feita a colheita dos frutos?